Por: Laura Pimenta
O interesse dos criadores de zebu por programas de melhoramento genético tem aumentado nos últimos anos. Para atender a essa demanda crescente, a ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores) iniciou na década de 80 o trabalho de melhoramento com a raça nelore.
Através do PMGRN (Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore), que teve início em junho de 1988, a ANCP passou a subsidiar o criador com as ferramentas de seleção, buscando maximizar o ganho genético e lucratividade do seu empreendimento.
Anualmente é publicado o Sumário de Animais Jovens, Touros e Matrizes com as DEP’s para cada uma das características avaliadas.
A base de dados possui cerca de um milhão de animais e 3,5 milhões de pesagens e aferições de perímetro escrotal cadastrados. “O selecionador moderno sabe aonde quer chegar. O mercado consumidor determina quais animais e se os perfis genéticos dos mesmos atendem às necessidades e demandas da indústria frigorífica. Nesse sentido a ANCP disponibiliza ferramentas modernas de seleção, como a avaliação genética de características quantitativas de carcaça e morfológica, para que o criador possa satisfazer com objetividade a cadeia produtiva de carne no Brasil”, explica Raysildo Lôbo, presidente da ANCP.
Outro programa desenvolvido pela entidade é o PAGRG (Programa de Avaliação Genética da Raça Guzerá). O programa teve início em novembro de 1999, devido ao interesse de criadores da raça guzerá em aplicar novas tecnologias aos seus rebanhos.
O programa é resultado da cooperação técnica entre a Associação de Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB); Núcleo Sudeste (NS); Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP).
A cada ano é elaborado um Sumário de Animais Jovens, Touros e Matrizes com as DEP’s para cada uma das avaliadas, contribuindo assim para o melhoramento genético dos rebanhos de guzerá. O programa conta hoje com 42 fazendas ativas e cerca de 30 mil animais cadastrados.
A raça brahman também foi contemplada com o Programa de Melhoramento Genético da Raça Brahman (PMGRB), que teve início em 01 de fevereiro de 2001, em reunião realizada em Goiânia, com o objetivo de promover o melhoramento da raça, com vistas à maior produtividade. Em outubro de 2003, como resultado do esforço contínuo da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil e da Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores, foi publicado o primeiro Sumário de Avaliação Genética de Programa de Melhoramento Genético da Raça Brahman (PMGRB). A base conta hoje com 40.925 animais cadastrados, em 47 rebanhos.
Já o Programa de Melhoramento Genético da Raça Tabapuã se encontra na fase inicial. Apesar dos dados preliminares, o PMGRT demonstra potencial para crescimento.
Segundo o pesquisador Raysildo Lôbo, a disseminação do melhoramento genético pode trazer ganhos significativos ao rebanho brasileiro. “Sem dúvida, o aumento na produtividade dos rebanhos e a redução de custos nas fazendas, mediante a utilização de animais selecionados, trará um impacto significativo no PIB brasileiro, sustentado pelas exportações e o incremento da demanda pelo mercado interno, com estreita relação aos índices zootécnicos atuais da pecuária e a qualidade da carne exportada pelo país”, explica.
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